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Ser poema Ser poeta, ser poema, talvez trovão ser letra a letra o verso que me interessa e ao mesmo tempo um simples cidadão em quem tudo acaba ou recomeça. Aqui e ali, penas vou encontrando penas que me conduzem ao pensamento. Tons de sílaba faço-os cantando nas searas do sonho, nas mãos do vento. E que importa que seja ou que não seja pedaços de poema, rima, marfim, cristais luzentes, prata e ouro fino? Pretendo que o poema me proteja que o ser doutra maneira ou ser assim… mesmo feito palavras por destino. Álvaro de Oliveira
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Na brilhante apresentação do livro Enigmas, Evocações e Sonhos, a cargo do Professor José Moreira da Silva, que decorreu na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga, leu-se poesia de Álvaro de Oliveira. E ali marcaram presença muitos amigos e amigas do autor em jeito de abraço literário.
A água por entre os dedos, as tuas mãos em concha, uma imagem de apagar a sede onde os teus olhos desaguam. É aí que o dia se evapora numa segunda adivinhação: a sede da terra que já foi engolida pelas chamas. A outra é estar diante da seara e esquecer os mortos como se nada tivesse acontecido. Este ar passivo e morno que nos transforma em pássaros inquietos, numa total ausência de sons e de mãos caídas sobre essa tarde de ânsias e esperas! As aves fugiram. O seu lugar estava disforme e indecifrável. Não havia sombra. Tudo era cinzento e tudo se desfazia numa espessa nuvem de negro fumo que tingia montes. Agora, a árvore das labaredas cresce mil vezes mais e os rios, onde ela vai beber, começam lentamente a secar. Depois invadiste aquele silêncio selvagem e caminhaste noutra direção, a de reconstruir o teu tear sagrado. Certamente o último lugar do fogo onde, pelos teus trapos, havias deixado a marca das tuas mãos. Falaram-te do inferno, de um arco-íris escondido entre as